Doação
de órgãos e tecidos
Doação de órgãos e tecidos é a remoção de
órgãos e
tecidos do
corpo de uma pessoa que recentemente morreu (doador cadáver)
ou de um doador voluntário (doador vivo), com o propósito de
transplantá-lo ou
fazer um
enxerto em outras pessoas vivas. Os órgãos e
tecidos são removidos com procedimentos similares a uma
cirurgia,
e todas as incisões (cortes) são fechadas após a conclusão da cirurgia.
Estes procedimentos são realizados para que a pessoa em seu
funeral
não seja reconhecida como uma doadora por apresentar deformações e
cortes visíveis. Pessoas de todas as idades podem ser doadores de órgãos
e tecidos.
A
idade
do doador é menos importante do que o estado do órgão a ser doado; no
entanto é raro serem usados órgãos de pessoas com mais de 70 anos de
idade.
No
mundo
inteiro há uma grande falta de doadores e isso faz com que surja
grandes listas de espera. Muitos pacientes que esperam um
coração,
um
fígado
ou um
pulmão morrem, pois não há nenhum órgão à
disposição.
Órgãos e tecidos doáveis
Atualmente os seguinte órgãos e tecidos podem ser transplantados:
pulmão,
pâncreas,
vasos sangüíneos,
intestino,
ossículos do ouvido,
pele,
coração,
válvulas cardíacas,
córneas,
medula óssea,
fígado,
rins,
tendões
e
meninge.
Doação em
vida
No caso do em vida
rim,
medula óssea,
pâncreas,
fígado
e
pulmão, existe a possibilidade de que se realize
o transplante com doador vivo. A legislação
brasileira
permite a doação de órgãos entre parentes até quarto grau. Além desse
grau de parentesco é necessário uma autorização judicial. Já a
legislação portuguesa permite que qualquer pessoa, como
cônjuges ou amigos, seja doador de órgãos em
vida, independentemente de haver relação de consanguinidade e barriga.
Doação
pós-morte
Todos os órgãos que ainda funcionem bem podem ser doados
No Brasil
Identificação de um
potencial doador
Um
potencial doador pós-morte é o paciente que se encontra
internado num hospital, sob cuidados intensivos, por injúria cerebral
severa causada por acidente com traumatismo craniano, derrame cerebral,
tumor e outros, com subseqüente lesão irreversível do encéfalo.
Tipicamente são pessoas que sofreram um acidente que provocou um dano na
cabeça (acidente com carro, moto, quedas, etc). Para serem doadores
pós-morte, os pacientes devem ter sofrido uma
morte encefálica (morte do cérebro e
tronco cerebral).
Confirmação
da família
A família é quem decide se os órgãos devem ser doados ou não,
independentemente da decisão do possível doador em vida. Está tramitando
no Senado Federal um projeto de lei criando um registro de doador.
Doação e liberação
do corpo
Após confirmado a doação, as equipes fazem a extração no hospital
(OPO) onde se encontra o doador, em centro cirúrgico, respeitando todas
as técnicas de assepsia e preservação dos órgãos. Terminado o
procedimento, elas se dirigem aos hospitais para procederem à
transplantação.
Todas as incisões (cortes) são fechadas após a conclusão da cirurgia,
preservando a aparência física normal da pessoa ao morrer. Estes
procedimentos são realizados de modo que não apareça no corpo
deformações e cortes visíveis, prejudicando sua aparência no funeral.
Em Portugal
Identificação
de um doador
Em Portugal a doação de órgãos pós-morte é considerada pré-adequirida
(ou presumida), querendo isto dizer que qualquer cidadão nacional ou
estrangeiro residente em território português é considerado doador desde
a sua nascença. Deste modo não é necessária a realização de qualquer
pedido, inscrição ou autorização para a sua doação. Contudo os
interessados em não doar os seus órgãos pós-morte deverão inscrever-se
de forma gratuita em qualquer centro de saúde fazendo assim com que o
seu nome fique registado no Registo Nacional de não Doadores (RENNDA).
Órgãos
Transplantados
Os órgãos e Tecidos transplantados em Portugal são:
Órgãos: rim, rim + pâncreas, coração, pulmão, fígado; Tecidos: pele,
válvulas, vasos, peças osteoarticulares, membrana amniótica, córnea;
Células: percursores hematopoiéticos (medula óssea e cordão umbilical) e
células reprodutoras.
O coração, os pulmões e os componentes do olho (a córnea e o
cristalino) só podem provir de alguém que tenha morrido recentemente, em
regra devido mais a um acidente do que a uma doença.
Em alguns casos, várias pessoas podem beneficiar do transplante de
órgãos provenientes de um único cadáver. Por exemplo, teoricamente um
dador poderia fornecer córneas para duas pessoas, rins para outras duas,
um fígado para um doente, pulmões para dois e ainda um coração para
outra pessoa.
Processo de
colheita e transplantação
Compete ao Coordenador hospitalar de doação a detecção e validação do
dador. O Gabinete Coordenador consulta o RENNDA e providencia o envio
de sangue e gânglios do dador para tipagem e outras análises no Centro
de Histocompatibilidade (três no País: Norte, Centro e Sul).
Também compete ao Gabinete Coordenador organizar a equipa de colheita
multiorgânica com todo o material de que necessita, bem como assegurar o
transporte, da equipa, do material e dos produtos colhidos, quando o
dador se encontra num hospital diferente daquele onde está o Gabinete.
Compete, também, fazer chegar os órgãos aos hospitais onde vai ser feito
o transplante.
Cumpridas todas as formalidades e realizada a colheita, os órgãos são
entregues nas unidades de transplantação para transplante no receptor
que tiver sido escolhido. A complexidade da cirurgia do transplante e a
impossibilidade da sua programação, sempre dependente da ocorrência de
um dador, torna imperioso manter as equipas com o nível de preparação
técnica necessário e a disponibilidade constante que os programas
exigem.
A escolha dos doentes em lista de espera para transplante de um órgão
é feita segundo critérios biológicos de grupagem ABO e tipagem HLA-DR e
cross-match. São considerados critérios de prioridade, como seja o grau
de urgência, a idade e outros. Nos casos de urgência, a alocação é
feita a nível nacional.
Testes de
compatibilidade
Diversos testes são feitos para confirmar a compatibilidade do órgão
do doador e dos receptores.
Contra-indicações
São contra-indicações absolutas para a doação os pacientes que
possuírem:
O dano estrutural irreversível de algum órgão não contra-indica a
doação dos demais órgãos.
Transplante
de órgãos
Os órgãos doados são transplantados para pacientes através de
cirurgias.
Estatísticas
Brasil
Em 2009, a
Associação
Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) divulgou números que
mostraram que o número de doações caiu em todo o Brasil. O índice
nacional de doação de órgãos e tecidos foi de 5,4 doadores pmp (por
milhão de população) em 2007, índice nacional inferior aos dos anos de
2010 (5,8), 2005 (6,4) e 2004 (7,6). Em 2008 houve retomada do
crescimento, com índice final de 7,2 doadores pmp
1
.
Santa Catarina é o Estado do
Brasil com
maior destaque no número de doadores de órgãos, sendo o primeiro Estado
a ultrapassar a marca de 15 doadores pmp, atingindo a marca de 16,7 em
2008
1
. Em seguida vieram os Estados de
Rio Grande do Sul, com 11,2,
São
Paulo, com 12 e
Ceará, com 10,1 doadores por milhão de população.
Perfil dos
Doadores
São poucos os critérios que definem se alguém pode ou não pode ser
doador. A Idade, a causa da morte clínica e o
tipo sangüíneo são os mais
importante dele para saber se o órgão é compatível com o receptor.
Problemas
Diversos motivos causam os baixos níveis de doação de órgãos. Entre
eles estão a recusa familiar e a não notificação de potenciais doadores
por parte dos hospitais.
Aspectos legais
Sob a lei de
Estados Unidos, o regulamento de doações de
órgãos é diferente nos cinqüenta estados dos Estados Unidos. Uma
lei atual
procura padronizar acelerar o processo e padronizar as leis entre os
vários estados, mas requer ainda que o doador faça uma indicação
afirmativa durante a sua vida.
Na
Europa
existem vários tipos de leis dependendo do país. Na
Albânia,
Croácia
e
Ucrânia
não há lei sobre o assunto.
Na
Irlanda, na
Lituânia
e em
Malta
não há lei específica, mas normalmente o defunto tem que concordar com a
doação de seus órgãos ainda em vida.
Já na
Dinamarca,
Alemanha,
Grécia,
Grã-Bretanha,
Iugoslávia,
Países Baixos,
Romênia,
Turquia e
Bielorrússia os parentes devem concordar com o
assunto para que haja doação.
Em
Luxemburgo,
Áustria,
Polônia, em
Portugal,
Eslováquia,
Espanha,
República Checa e
Hungria o
morto deve discordar da doação ainda em vida.
Na
Bélgica,
Finlândia,
Itália,
Rússia,
França,
Letônia,
Liechtenstein,
Noruega,
Suécia
e no
Chipre
os parentes devem discordar do assunto.
Na
Bulgária é permitida a Doação de Órgãos apenas
quando há necessidade. Na
Estônia uma comissão toma uma decisão sobre o
assunto e na
Suíça a lei difere em cada um dos seus cantões.
As leis na
Europa diferem tanto em vista da necessidade de cada
país. Em países como a
Espanha (27 órgãos por um milhão de habitantes por
ano) e na
Áustria (24 órgãos) são necessários mais órgãos que
nos
Países Baixos (16 órgãos) e que na
Alemanha
(13 órgãos). O país no qual há menor demanda de órgãos é a
Grécia
(6 órgãos).
Ver também
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Doa%C3%A7%C3%A3o_de_%C3%B3rg%C3%A3os_e_tecidos